De que fala mesmo a literatura? Textos e mais textos continuam sendoescritos, publicados e lidos sob os codinomes de romances, poemas,novelas, biografias não autorizadas. Ora os especialistas os vêem como sintomas, ora como encenações, ora como reflexos de um real social,ora como metalinguagens, ora como jogos, ora como documentos. Nessadiversidade de textos e de tratamentos de textos ainda consideradosliterários se inserem os trabalhos de Lélia Parreira Duarteapresentados neste livro. De que tratam? Evidentemente, do nada.Afinal, é disso mesmo que vem tratando certa literatura. Mas, de quenada se trata? O nada, tornado substantivo, toma existênciainquestionável. Mas isso não significa que passe ao território dodizível, do previsto, do afirmativo. Sua carga de negação de umaexistência codificada permanece, e assim penetra num outro território, repleto de ambigüidades, cujos sentidos resvalam pelas leituras,multiplicando-se, invertendo-se, subvertendo a comunicação e qualquer\'sinceridade\' que corresponda a uma relação direta na cadeia dossignificados preestabelecidos. Esse território é o de certaliteratura, essa que a argúcia de Lélia Duarte insiste em percorrer.
De que fala mesmo a literatura? Textos e mais textos continuam sendoescritos, publicados e lidos sob os codinomes de romances, poemas,novelas, biografias não autorizadas. Ora os especialistas os vêem como sintomas, ora como encenações, ora como reflexos de um real social,ora como metalinguagens, ora como jogos, ora como documentos. Nessadiversidade de textos e de tratamentos de textos ainda consideradosliterários se inserem os trabalhos de Lélia Parreira Duarteapresentados neste livro. De que tratam? Evidentemente, do nada.Afinal, é disso mesmo que vem tratando certa literatura. Mas, de quenada se trata? O nada, tornado substantivo, toma existênciainquestionável. Mas isso não significa que passe ao território dodizível, do previsto, do afirmativo. Sua carga de negação de umaexistência codificada permanece, e assim penetra num outro território, repleto de ambigüidades, cujos sentidos resvalam pelas leituras,multiplicando-se, invertendo-se, subvertendo a comunicação e qualquer\'sinceridade\' que corresponda a uma relação direta na cadeia dossignificados preestabelecidos. Esse território é o de certaliteratura, essa que a argúcia de Lélia Duarte insiste em percorrer.