BUBU DE MONTPARNASSE

BUBU DE MONTPARNASSE

$23.509
IVA incluido
Sujeto Disponibilidad de Proveedor
Editorial:
(523).SISTEMA SOLAR
Año de edición:
ISBN:
978-989-8566-27-0
Páginas:
144
Encuadernación:
Otros
Idioma:
PORTUGUES
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A história contada em Bubu - que poderia ter-se limitado a prolongaroutras histórias que em Zola ou nos Goncourt rondam os meios daprostituição - isolava-se por uma diferença. Fazia a sua denúncia comuma ambiguidade incómoda para muitos leitores dessa época, dir-se-áque escondia mal um elogio da força, que se afastava do bom exemplomoralizador e se decidia por um desfecho que dava vitória aosopressores. Philippe [Cérilly (Allier), 1874 - Paris, 1909] denunciava uma realidade parisiense do seu tempo apoiando-se em factos e emnúmeros, como se depreende de uma das suas cartas: «Continuo os meusestudos sobre a prostituição. [à] E descubro coisas horríveis.Sífilis, alcoolismos, canalhice, são os fenómenos quotidianos de maisde cinquenta mil mulheres de Paris. [à] Sinto sobretudo uma compaixãoimensa por esta miséria.» De tudo isto o seu romance fez um retratoimplacável mas com voz de homem seduzido pela força pessoal, incapazde evitar uma vitória do «fortalhaço» Bubu. Que no mundo as coisas vão mal e os fortes vencem, é uma das afirmações que mais facilmente seextraem do seu texto. [à] Em toda a sua obra literária Philippeinventa pouco e constrói levemente uma ficção que olha a sua própriavida ou o que bem perto dela andou. Os factos de Bubu de Montparnassesão quase todos reais. [Aníbal Fernandes, «Apresentação»] Já houvemuitos romances sobre a vida no seu baixo nível, sobre o vício e adegradação das grandes cidades. Romances de sentimentalismos, romances de sátira, romances de indignação, romances de reforma social,romances de luxúria. Bubu de Montparnasse consegue não ser nada distoe não pertence ao último caso, categoricamente. É certo que Philippeincomoda e demora-se, complacente, no que podemos sentir pelo mundocomo ele é, mas não tem um remédio que lhe permita fazer umaargumentação. É ao mesmo tempo compadecido e desapaixonado, no seulivro não condenamos ninguém, nem sequer condenamos um «sistemasocial», e ao lê-lo, até o mais virtuoso poderá sentir isto: pequeienormemente por pensamento, palavra e obra. [T.S Eliot, «Prefácio»]