A poesia de Filipa Leal é inumana e luminosa e os seus poemas dão voza um gesto de libertação individual em deriva constante. É nesseespaço que o traço aparentemente aleatório do voo de um pássaro secruza, livre, com a arquitectura louca de uma cidade estranhamente«presa nas palavras». Desta ligação íntima, proposta ao leitor de ACidade Líquida e Outras Texturas, emerge um sujeito cujo rosto seconfunde com a própria rota que vai construindo. Um sujeito que recusa um qualquer destino comum e sedentário e se afirma no desenho límpido de uma geopoética de uma claridade absoluta